Mais uma edição que passeia entre épocas, grooves e sotaques, mostrando como a música dançante, seja dos anos 70 ou de 2025, continua sendo aquela linha fina que une gerações. É um set que começa celebrando ícones da disco e do funk, mergulha no soul moderno e termina em grande estilo com uma explosão de talento e virtuosismo contemporâneo.

As três primeiras faixas são puro ouro da pista: o remix de September mantém a alegria inesgotável do Earth, Wind & Fire com novas camadas eletrônicas; Prince aparece com I Wanna Be Your Lover em versão renovada, lembrando porque seu falsete e sua ousadia abriram caminhos para toda uma geração; e a The Salsoul Orchestra de Vincent Montana, com sua fusão luxuosa de soul, salsa e cordas, traz de volta o esplendor orquestral das discotecas de 1975 com um remix incrível. Um trio que não envelhece, só ganha mais brilho com o tempo.

Na sequência, o clima se torna mais íntimo e contemporâneo: o cover de Tripping Out do Crossroads (Paolo Rey e Alex De Ponti ) dá nova vida ao romantismo de Curtis Mayfield com batida house sofisticada; Natasha Watts confirma porque é uma das grandes vozes do soul britânico atual, transformando histórias de amor e despedida em celebração; e a criação de Paul Martini “The Smoothies”, com seu retro-soul moderno, adiciona frescor e nostalgia na mesma medida. É um bloco que equilibra emoção e pista, sempre com elegância.

Abrindo nosso segundo set, o Jazzmasters mergulha no presente mais vibrante: Ben Westbeech junta-se a excelente britânica Rahh e o trio de Detroit Dames Brown numa faixa house orgânica e soulful, cheia de energia contagiante; o coletivo Girls of the Internet traz sua visão inclusiva e caleidoscópica da house music como arte e resistência; e Tom Fills fecha o bloco com um recado simples e eterno: Be Thankful — uma ode ao agradecimento em ritmo disco-house. Música com mensagem e groove.

E então chega o momento mais incandescente: ‘Old Skool Funk’ de Matt Johnson, teclado do Jamiroquai, cercado de feras nos metais, e mais Jeff Lorber e Cory Wong. É um manifesto funk de altíssimo nível em seu novo álbum Warrior Princess, onde cada nota respira virtuosismo, suingue e paixão. Aqui não é só música: é aula de groove. É a prova de que o jazz-funk continua sendo uma força viva, sempre em reinvenção. Depois dele, o set encontra respiro nas atmosferas neo-soul de Leven Kali, outra novidade com seu R&B espiritual e inventivo, e termina no frescor pop-soul de HolyBrune, francesa que transforma nostalgia em energia radiante. Um fechamento perfeito, deixando no ar a certeza de que a cultura musical segue rica, múltipla e em constante movimento. E é isso que adoramos no Jazzmasters.
Ainda não ouviu? Ouça o Jazzmasters aqui.
No destaque do vídeo, uma voz que vem da França: HolyBrune, com seu novo single ‘Off the Ground’. Uma verdadeira lufada de ar fresco: baixo funk irresistível, sintetizadores brilhantes dos anos 80, talk box e uma energia groovy que faz você querer dirigir com as janelas abertas e o volume alto.
Confira o vídeo: